EaD supera Ensino Presencial pela primeira vez no Brasil
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na segunda-feira (22) os resultados do Censo da Educação Superior 2024, revelando um marco histórico: pela primeira vez, o número de matrículas no ensino a distância (EaD) superou o do ensino presencial no país, transformando o cenário educacional brasileiro.
EaD supera Ensino Presencial pela primeira vez
Em uma mudança histórica na educação brasileira, pela primeira vez o ensino a distância (EaD) superou o formato presencial, representando 50,7% das matrículas de graduação em 2024.
Esta transformação reflete não apenas os impactos da digitalização na educação, mas também a crescente demanda por flexibilidade e acessibilidade no ensino superior. O crescimento do EaD foi de 5,6% entre 2023 e 2024, consolidando uma tendência que vem se fortalecendo na última década.
Marco Histórico: 10 Milhões de Estudantes
10M
Total de Estudantes
Brasil alcança marca inédita no ensino superior
33%
Taxa de Transição
Concluintes do ensino médio em 2023 que ingressaram no superior
2.561
Instituições
317 públicas e 2.244 privadas em todo o país
O levantamento do Inep aponta que o Brasil alcançou pela primeira vez a impressionante marca de 10 milhões de estudantes matriculados no ensino superior. Este número representa um crescimento significativo e consolida o país como uma potência educacional regional.
A taxa de transição do ensino médio para o superior também merece destaque: 33% dos concluintes do ensino médio em 2023 ingressaram na educação superior em 2024, evidenciando o aumento do acesso ao ensino universitário no país.
Distribuição das Instituições de Ensino
Instituições Públicas
317 instituições distribuídas em:
  • 43,8% estaduais
  • 38,5% federais
  • 17,7% municipais
Instituições Privadas
2.244 instituições representando a maioria do setor
Concentram 95,9% das matrículas em EaD, demonstrando o papel central do setor privado na expansão do ensino a distância.
A estrutura do ensino superior brasileiro é composta por 2.561 instituições, sendo que o setor privado representa aproximadamente 88% do total. Esta distribuição reflete a organização histórica do sistema educacional brasileiro e o papel complementar entre os setores público e privado na oferta de educação superior.
Bacharelado Mantém Liderança Absoluta
65%
Bacharelado
Quase dois terços das matrículas de graduação
20.2%
Tecnológicos
Crescimento acelerado na modalidade
16.9%
Licenciaturas
Formação de professores
Os cursos de bacharelado continuam sendo a escolha predominante dos estudantes brasileiros, mantendo quase dois terços de todas as matrículas de graduação. Em 2024, esse grau acadêmico registrou crescimento de 3,3% em relação a 2023.
Esta preferência pelos cursos de bacharelado reflete tanto as demandas do mercado de trabalho quanto as aspirações profissionais dos estudantes, que buscam formações mais amplas e diversificadas para suas carreiras.
Explosão dos Cursos Tecnológicos
Entre 2014 e 2024, os cursos tecnológicos experimentaram um crescimento espetacular de 99,5% no número de matrículas, praticamente dobrando sua participação no ensino superior brasileiro.
Este crescimento explosivo reflete a crescente demanda por profissionais especializados em tecnologia e a necessidade de formações mais rápidas e focadas no mercado de trabalho. Os cursos tecnológicos se consolidaram como uma alternativa atrativa para quem busca qualificação profissional em menor tempo.
Licenciaturas: Perfil e Modalidades
Distribuição por Setor
  • 67,7% em instituições privadas
  • 32,3% em instituições públicas
Perfil dos Estudantes
  • 74,8% do sexo feminino
  • 25,2% do sexo masculino
Modalidade de Ensino
  • 68,5% a distância
  • 31,5% presencial
As licenciaturas apresentam características muito específicas, com forte predominância feminina e crescente migração para o formato a distância. Este perfil reflete tanto as características históricas da profissão docente quanto as necessidades de flexibilidade dos futuros professores.
A predominância feminina nas licenciaturas é um fenômeno consolidado na educação brasileira, enquanto a migração para o EaD demonstra como a tecnologia está transformando também a formação de educadores.
Revolução Tecnológica no EaD
1
2014: Presencial Dominante
Cursos tecnológicos concentrados no formato presencial
2
Transformação Acelerada
Crescimento de 341,3% no EaD tecnológico entre 2014 e 2024
3
2024: EaD Hegemônico
82,6% das matrículas tecnológicas agora a distância
A modalidade tecnológica passou por uma verdadeira revolução na última década. Em 2014, a situação era completamente inversa, com predominância do formato presencial. Hoje, 82,6% das matrículas em cursos tecnológicos são realizadas a distância.
Enquanto o EaD tecnológico cresceu impressionantes 341,3%, os cursos presenciais do mesmo grau tiveram queda de 44,7% no período. Apesar disso, 2024 registrou uma pequena recuperação no formato presencial, com alta de 0,2%.
Comparativo: Presencial vs. EaD na Última Década
No período de 2014 a 2024, o EaD acumulou um impressionante aumento de 286,7% nas matrículas de graduação, enquanto o formato presencial registrou queda de 22,3%. Este movimento representa uma das maiores transformações já registradas no ensino superior brasileiro.
Entre 2023 e 2024, as matrículas presenciais caíram 0,5%, enquanto o EaD cresceu 5,6%. Embora este crescimento seja menor que o registrado entre 2022 e 2023 (13,4%), demonstra a consolidação desta modalidade de ensino.
O Futuro da Educação Superior Brasileira
Tendências Consolidadas
  • Domínio do ensino a distância
  • Crescimento dos cursos tecnológicos
  • Expansão do acesso ao ensino superior
  • Digitalização da educação
  • Qualidade do ensino a distância
Desafios Futuros
  • Formação adequada de professores
  • Infraestrutura tecnológica
  • Equidade no acesso digital
Os dados do Censo da Educação Superior 2024 revelam um cenário de profundas transformações no ensino superior brasileiro. A superação do formato presencial pelo EaD marca uma nova era educacional, caracterizada pela democratização do acesso e pela flexibilidade de horários e locais de estudo.
Com 10 milhões de estudantes e uma taxa de transição de 33% do ensino médio para o superior, o Brasil demonstra avanços significativos na expansão educacional. O desafio agora é garantir que essa expansão quantitativa seja acompanhada pela manutenção da qualidade educacional, preparando profissionais aptos para os desafios do século XXI.